domingo, 19 de dezembro de 2010

O Natal


Nascer,
renascer,
O envolver do Natal.

Perceber,
florescer,
O amanhecer do Natal.

Percorrer,
conhecer,
O viver do Natal.

Não permanecer,
emudecer,
O esquecer do Natal.

Jamais perecer,
entristecer,
O Natal é comover e fortalecer.

Seus cuidados


Seus cuidados assemelham-se à chuva.
É de uma suavidade intensa,
onde cada gota,
é sentida lentamente.
Mesmo quando evaporada,
sua sensação permanece.

Seus cuidados são como o cheiro da terra molhada,
que nos convida a ficar,
e se deleitar com o momento.

Seus cuidados são como o frescor.
numa tarde ensolarada.

Seus cuidados são as  estrelas,
à iluminar e abrilhantar,
o nosso céu de todos os dia.

Seus cuidados são as flores desabrochando,
num dia primaveril.

Seus cuidados são a delicadeza envolvente.
Esperando ser permanente.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Lembranças


Havia somente um contorno esmaecido,
vagueando pela mente.
Pinceladas aleatórias.
Sem uma técnica definida.

Um quadro que não se via com facilidade,
o que ele representava.
Fugazes lampejos o coloriram,
de forma fragmentada.

O artista já não sabia mais,
de que ponto partia,
e o que pretendia representar.

Experimentou técnicas e técnicas.
Explorou suas luzes e sombras.
Vivenciou sensações.
Queria captá-las!
Distante elas já estavam,
de seu olhar observador.

Nem figurativa, nem abstrata.
Sua obra tornou-se mero borrão.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Palavras suas


Sua palavra,
Gera minha vontade.
Quando se torna gesto,
é alimento para minha alma.
Ela me transporta para dentro de você.
Acelera os sentidos.
Torna o pulsar descompassado.
Seu toque suave,
quando se intensifica,
torna-se uma mescla de sensações.
E à espera ela me deixa.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Revirando e procurando


Reviro-me!
Procurando saber onde estou.
Remexo-me!
Sacudindo a imaginação.
Procuro-me!
Revirando o ignorado.
Sacudo-me!
Remexendo o estagnado.
Reviro-me!
Procuro-me!
Remexo-me!
Sacudo-me!

Sorrisos


Despertado há pouco
de tempos pueris,
construiu-se lentamente.

Ativado por saudosas lembranças,
revelou-se encantado.

Permanecido em devaneios,
manifestou-se misterioso.

Captado estranhices,
percebeu-se incomformado.

Ao ser escarneado,
sentiu-se rejeitado.

Alimentado por palavras,
viu-se extasiado.

Analisado olhares,
encontrou-se admirado.

Tomado por elogios,
procurou-se esconder.

Embebido na satisfação,
fez-se extenuado.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Terra seca


Cada lágrima derramada
que escorre em sua face
é como um consolo.
Em seu rosto, vincos esculpiram-se,
ranhuras e formas desgastadas
pela ação do vento.
Sangram seus famigerados
e áridos olhares,
diante da energia causticante.
Suas mãos já fatigadas,
já mais não conseguem carregar
o fardo árduo das intempéries.
A boca emudece,
não verbaliza mais,
a vida que o pensamento cria.
Também já não se delicia
com o fresco gosto.
O olfato já não consegue,
distinguir e captar
os odores que tanto aprecia.
Seu coração, por vezes, se desespera.
E só o que lhe conforta,
é a certeza de momentos de abundância
que virão com a chegada de outros tempos.

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