quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Controle e medo

Há um controle
de gestos, de olhares e da vida.
Ele denota o medo
A angústia
A dificuldade
De se desprender.
Chega até ser exaustivo
Ter que lidar com ele
Necessário dissipá-lo
e transformá-lo numa força produtiva.
Para que ele não se apodere de nosso ser
Estagnando nosso caminhar.

Palavras

A palavra vivifica?
A palavra mata?
Destrinchamos sentimentos
ao nos valermos dela?
Ou nos escondemos
sob seu manto protetor?
Ela cria realidades?
Ou as destrói?
Dá forças e consistência aos nossos sonhos?
Ou os transforma em mera imaginação?
A palavra vivifica?
Ou ela mata?
Sabemos como lidar com as nossas?
Ditas ou não ditas?
Entendidas e desentendidas?
Que faltam e dizem tudo?

Reconheço e não me reconheço

Reconheço quase tudo a minha volta.
Não me reconheço em quase nenhuma delas.
Muitas me soam e parecem estranhas
inquietando a mente.
Suas formas ainda não se delinearam completamente.
Forço o olhar
para que se tornem mais claras,
mas há só uma idéia obscura.
Esse forçar é exaurido,
dificultando mais e mais
a percepção do reconhecido.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Percepções

Portas, janelas e paredes destruídas
dão a ideia de fim.
Escombros se configuram
na destruição.
Alguns acreditam
que isso possa gerar uma renovação.
Outros que não há nada mais
há se esperar e viver.
Contentamento e tristeza
se fundem,
e confundem.
Há uma estranha harmonia entre ambos.
Uns vêem o branco,
na mesma intensidade
que outros enxergam o preto.
Chegar ao cinza,
torna-se tarefa dispendiosa
O colorido então é ainda mais fatigável.
Captam-se sons agudos,
mas alguns percebem os graves.
Mesclá-los na mente
exige desprendimento e vontade.
Percebe-se o que se encontra a nossa volta,
à medida que também nos percebemos.

Falências

Por vezes sinto,
que me olha
como se eu fosse uma fantasia.
Uma idéia!
Que se fixou a um ideal.
Prende-me nesse olhar.
Sufocando aos poucos.
Traz tanto cansaço.
Fatigando a alma.
Viveu-se uma ilusão.
De percepções deturpadas.
Gerando falência
Do que nunca existiu.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Olhares

Olhos meus.
Percorrem outros.
Alguns parecem destruir.
Fome voraz!
Outros parecem fatigados.
Almas cansadas!
Há ainda aqueles entristecidos.
Amargura corrói!
Muitos são ávidos.
Desejo alucinante!
Inúmeros brilham de alegria.
Coração em paz!
Vejo vários sisudos.
Incapacidade de abrandar!
Existem os questionadores.
Mentes incansáveis!
Percebo os observadores.
Aprendizado constante!
Qual será os olhos meus?
Serão todos esses juntos?!

Guerra

Procurei armas.
De todas as formas.
Que conseguia imaginar.
E nenhuma parecia servir.
Queria exterminar,
dar fim a tudo isso.
Guerrear dentro de mim.
Até me sentir vitoriosa.
Resolvi ser como o soldado,
que ante a batalha iminente,
se mune de forças e coragem.
E lembra, que às vezes,
do conflito,
da inquietude,
da turbulência,
nasce a vontade de mudanças.
E ela cresce,
à medida que angariamos
Cada vez mais armas.
Potentes e certeiras.
Onde estas consigam destruir,
incertezas, questionamentos e o nosso medo
ante as batalhas.

Outros gostos

Por momentos,
A vontade de você permaneceu,
Como um delicioso doce,
que saboreamos com prazer
me alimentou dessa doçura,
mas assim como o doce
pode ser um fugaz desejo
a vontade de você se foi.
Agora procuro,
outros sabores...
Quero experimentá-los.
Para quem sabe...
Um desses agrade ao paladar.
Tornando-se intenso.
Até transformar-se em familiar.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Aves de rapina

Nosso lixo.
Seu alimento.
O que nos dá asco...
Aguça seu paladar.
Quanto mais...
Tanto melhor!
És ave de rapina!
A explorar a podridão.
O decomposto.
Que nós procuramos ignorar e nos safar
Assim, mesmo incomodados com seus hábitos
Agradecidos somos
Por nos livrarem
De tal momento desagradável.

Pássaros 3

Brincam no céu.
Como crianças que se divertem nas ruas
Fazem a maior algazarra.
Despertando sorrisos
em lábios quase sempre sisudos.

Pássaros 2

Árvores são tocadas.
Por delicadas criaturas.
Confundem-se nestas.
Perdem-se nas folhagens.
Às vezes, surgem-se imponentes.
Como totens a ornamentá-las.
Esculturas que se movem
e se modificam pela vontade
que nos dão a possibilidade
de contemplá-las
na sua parcialidade
ou se assim, o quiserem
na sua totalidade.

Passáros 1

Tão longe,tão perto
Voam apressados
Como sombras e contornos
Aparecem aos nossos olhos
Descompromissados,
Sozinhos ou em bando
E depois desaparecem
Percorrendo a imensidão azul e branca.

Beijo 6

Como suave chuva
Lágrimas descem pelo rosto
Vagarosamente
O semblante torna-se entristecido.
Somente a vaga lembrança
Daqueles momentos
Sustenta o corpo.
Memórias do toque,
Do gesto
Do olhar
Da vontade.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Beijo 5

Invade a vontade.
Percorre o corpo.
Tomados por um impulso
violento, frágil e perigoso até.
A necessidade de se explorar
Um gosto inexpugnável.
Passionalidade gritante
até ultrajante.
Provocando os sentidos.
Este gosto, procuro de novo...
Onde encontrá-lo?!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Beijo 4

Apressado, nervoso
desajeitado.
Momento inapropriado
denotando falta de intimidade
corre-se não pela inexperiência,
mas pela incapacidade de agradar.
Logo, se pensa:
Quando irá acabar?!

Beijo 3

Une-se o desejo e a vontade.
Agarra-se com ardor
o rosto já tão contemplado.
Mãos percorrem o cabelo,
o rosto e o pescoço.
Olhares ávidos e ardentes são trocados.
Peitos pulsam ante o toque dos lábios
que unem-se com fabulosa intensidade
perdem-se os sentidos
a razão.
Tudo o mais inexiste à volta
Diante do tão esperado beijo.

Beijo 2

Vozes embargadas.
Nada ou muito a se dizer
em breves e últimos momentos.
Palavras descoordenadas
que não conseguem exprimir
a dureza do momento.
Não sabe-se como reagir.
Tudo parece faltar.
O beijo sela e dá forças
à dor, à tristeza, ao incômodo.
O que parece ser uma necessidade
corrói o peito, dilacera a alma
e a despedida fica presa à mera lembrança.

Beijo 1

Tempo, espaço.
Já quase inexistente
A noção se perde.
Olhares se cruzam
Já numa familiariaridade
Numa intimidade assombrosa.
Mãos se procuram
e se entrelaçam
de forma natural
Uma vontade cresce pulsante.
A lembrança se faz presente.
Para reavivá-la,
Basta um passo...
Lábios se tocam
e se perdem na intensidade do momento.

Casamento

Casamento
Casamento é uma parceria
Que fazemos com nós mesmos.
Pode-se casar com uma ideia.
Uma vontade.
Uma necessidade.
Pode-se ainda
ligar-se a um sonho
até mesmo a uma realização do mesmo.
Dividimos com nosso “eu”,
nossos anseios,
nossos defeitos
e nossas virtudes.
Esse é o enlace mais difícil,
pois somos nossos parceiros mais críticos.
Aqueles que mais nos refreamos..
Esquecemos da necessidade
De sermos nossos principais companheiros
de casarmos conosco.
Como podemos compartilhar com os outros,
quando nos esquecemos de experimentar antes
com o nosso ser?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Mentes divagam

Cabeças girando.
Mentes divagam.
Anseios e vontades.
Busca incansável.
Sonhos ainda não concretizados.
Necessidade impaciente.
Concentração, às vezes, se perde,
mas o foco sempre permanece.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Branco, vazio

Páginas...branco...
branco...vazio...
vazio...ideias...
ideias...páginas...
páginas...branco...
Branco...branco...
Branco?! Vazio?!

Amor

O amor não se define pela experiência, nem pela vontade.
Muito menos pela palavra.
Ele nasce de uma sensação,
talvez até de uma necessidade de doá-lo.
Não se cobra por ele,
nem ao menos se espera que o receba na mesma medida.

Cresce pelo conhecimento,
pela ideia de se compartilhar algo maior.
Cresce pelas afinidades,
por cuidado,
pela vida.
Também pela generosidade de almas em sintonia.

Trocas nem sempre são necessárias.
Muitas vezes, só o sentimento conta.
Porém, quando bem sustentado,
ganha força e forma.
Torna-se energia produtiva,
que gera mais e mais.
Experimentá-lo nos dá sentido,
mas, se ignorado, nos torna ressequidos.

Vivência

Paciência.
Virtude.
Pressa.
Necessidade.
Coragem.
Virtude.
Curiosidade.
Necessidade.
Bondade.
Virtude.
Amor-próprio.
Necessidade.
Perseverança.
Virtude.
Saber quando parar.
Necessidade.
Tolerância.
Virtude.
Preservação.
Necessidade.
Virtude+Vontade = Vivência

Aparências...realidades...

Aparências...realidades...

Flores nascem, desabrocham
Agradam aos olhos e ao olfato que as vê e sente.
Duram momentos,
murcham e caem ao solo

Lugares esquecidos.
Já um tanto gastos por antigas lembranças.
Reconstroem-se de maneira imperfeita.
Paredes caem.
Outras se reerguem.
Novas janelas, novos olhares.
Outros momentos.

Portas abertas,
Portas fechadas.
Quando uma se abre outra se fecha.

Mentes se interconectam.
Olhares se fundem.
Percebem-se e se reencontram.
Será?!

Aparências, realidades ou o quê?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Eu! Você!
Gosto meu.
Gosto seu.
Gosto nosso.
Vontade minha.
Vontade sua.
Vontade nossa
Saciada?!

Explorando o caos



Desordem, confusão.
Tudo hoje, nada temos.
Acúmulo de objetos,
coisas que se deterioram.
Explorando o caos.

Calçadas onde mal conseguimos dar alguns passos.
Árvores jogadas pelo chão.
Barulhos que se confundem e se mesclam.
Explorando o caos.

Simplicidade não é a ordem vigente.
Vagareza muito menos.
Dificuldades para andar?
Procure outro lugar!
Explorando o caos.

Cabeças desordenadas
Em lugares desequilibrados.
Criações iniciadas,
porém quase nunca findas.
Rapidez se confunde com eficiência.
Explorando o caos.

Produtividade?! Destruição?
Tudo ao mesmo tempo...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Queimada

Queima, queima!
Fumaça preta
que chega de encontro ao céu.

Queima o solo.
Queima a vida.

Ar poluído.
Mente impura.

Nuvem de fuligem que estagna.
Diante do olhar ganancioso
e da vontade que consome a vida.

Sentidos

Ouço latidos, pássaros cantando
Máquinas trabalhando,
carros apressados
em velocidades alucinantes.

Ruídos estridentes, belas melodias
sons apressados,
confusão de sentidos.

Todos se destoam
Mas de uma certa maneira
Tudo parece em perfeita harmonia.

Reflexões

Consigo apreciar uma bela história,
mas ainda não encontro as palavras certas
para escrever a minha.

Aprecio ainda uma obra de arte,
porém minhas mãos
ainda não conseguem
traçar uma linha firme.

Meus ouvidos se deleitam
Em belos acordes
Todavia ainda não adquiri
a capacidade de manejar um instrumento.

Verdades que acordam

Bagunçaram minha mente.
Complicaram o que antes,
era certo e constante.

Invadiram minha paz.
Trazendo conflito e desordem.
Questionaram minha realidade,
como se ela fosse simplória.

Ainda bem!

Você.vontade, por quê?

Hoje você me veio,
como uma idéia fixa.
Uma vontade, um desatino.

Uma dor de cabeça constante,
que queremos nos livrar,
Mas não conseguimos.

Impregnou em meu ser
e se recusa a sair,
mas talvez haja um remédio para isso.
E ele deixa um gosto amargo na boca
que antes era doce.
Ele cheira mal.

Mas mesmo assim nada pode ser tão ruim
do que ter você em mim,
contaminando, disseminando
na minha imaginação.

Verdades?!

Aprisiono sentimentos e sensações
Em busca de uma verdade.
Mas que verdade é essa?

Alimento minha mente com devaneios
Em busca de uma verdade.
Mas que verdade é essa?

Corro como se o amanhã não existisse
Em busca de uma verdade.
Mas que verdade é essa?

Será que sei qual verdade estou procurando?

O Casamento

Há muitos anos, havia uma floresta muito grande. Ela era muito bonita, tinha árvores enormes e animais que nós nunca vimos bichos de todas as espécies. Lá havia uma única clareira onde se situava uma tribo chamada tupi-guarani. Era uma tribo rigorosa com as leis, mas também muito alegre quando se tratava de festas. Era a maior tribo das redondezas.
Dentre tantos índios, apenas cinco se sobressaíam, entre os quais, dois eram filhos dos governantes , e o pajé.
O filho mais velho dos governantes se chamava Piero e, pela lei dos índios, com aquela idade, que era de 18 anos, teria que escolher alguma mulher da tribo para se casar. Teria de passar por três testes para provar a índia que escolhesse que era um homem corajoso, destemido e inteligente.
Piero escolheu a filha do pajé que era a mais bonita e o seu nome era Mani.Os testes foram marcados para uns três dias depois do pedido de casamento.
O índio, para impressionar Mani, caçava ursos e dava a pele para ela. Ele fazia coisas tão corajosas, que Mani acabaria se apaixonando. Passaram-se os três dias e os testes começaram.
O primeiro era que ele amarraria pedaços de vime, um grudado no outro, ao corpo, para que as abelhas o picassem por duas horas. Neste teste ele teria que demonstrar coragem.
O segundo era que ele faria uma tatuagem com os piores e maiores espinhos e alguns poderiam ficar no corpo. Neste teste ele mostraria dureza.
E o terceiro e último teste era ele beber um veneno preparado pelo pajé que o mataria se não achasse o antídoto em uma hora, mostrando inteligência.
Ele passou pelos três doloridos testes que duraram quatro horas.
No final do dia, Mani se declarou a Piero, o que o deixou muito feliz. Ela disse que ele realmente merecia seu amor por ter passado por tantos sofrimentos. Na manhã do dia seguinte, eles se casaram, sentiram-se muito felizes e nunca mais se separaram.

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