quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Meus espaços


É aqui que me percebo.
É aqui que me perco
e me encontro dentro de mim.
É aqui que me reconheço.
E aqui que meu retrato se faz presente.
Tudo corre pela minha mente aqui.
Tudo é procurado também.
Todas as pequenezes
São revividas dentro de você.
Eu aqui despedaçada.
Eu aqui revisitada.
Eu aqui escancarada.
Meus anseios ganham força aqui,
os seus espelhos os refletem.
Acordes de minha vida,
desenvolvem-se nas melodias aqui.
Toda palavra proferida
ou escondida aqui estão gravadas,
nas paredes de sua memória.
Cheiros aqui se mesclam e se confundem,
em  odores característicos.
Sutilezas estão às escondidas
construindo e destruindo lembranças.
Minúsculos objetos
Ganham peso e importância,
Captam e guardam em si,
tudo o que se conquistou
e se almejou aqui.
Até a desordem se faz,
Demonstrando que há uma mente ativa,
interessada, atribulada e desassossegada.
Aqui seus olhos,
já foram inúmeras vezes explorados
em todos os seus pormenores,
trouxeram a minha alma,
calma, inspiração e reflexão.
Tudo aqui é parte de mim.a
Aqui eu sou parte de você.
É aqui...eu aqui...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A abstração de uma vontade

Meus pensamentos sobre você
voam livres.
Exploram todos os pormenores
do infinito.
Percorrem todos os seus caminhos
chegando a lugares inusitados.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Alguns instantes

Só por alguns instantes
pude perceber você
e com qual intensidade
o consegui perceber.
Só por alguns instantes
seus olhos se encontraram em mim
e buscou captar,
os recônditos da minha alma.
Só por alguns instantes seus gestos se voltaram a mim,
e em vão buscava ignorá-los.
Só por alguns instantes
voltei minha atenção a você
desconfiei e me contive.
Só por uns breves instantes.
Instigantes instantes.
Minha vontade apareceu e cresceu.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Boca calada

Boca cala!
Cala a boca!
Silenciando, emudecendo,
guardando para si
o que lhe corrói no peito,
o que se lhe deseja
ser berrado e revelado.
A boca se assusta,
foge, tenta ignorar
para não gritar.
Medo de enlouquecer.
De que uma palavra proferida
seja perdida
e não carregue o peso,
por ela pretendida.
A boca cala!
o que cala a boca!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Vida plena

Inundou-me uma poderosa força
que mais parecia uma ventania
a me levar por entre
amores, alegrias e realizações.
Não me contive diante
da sensação e me agarrei a ela.
Como quem se solta
numa longa viagem,
para onde, ainda não se sabe o destino exato.
Mas tomados por uma imensa curiosidade,
embarcamos nela.
Sem máscaras.
Totalmente entregues.
Momentos plenamente vividos.

Burburinhos disseminam

Difícil, às vezes, é o respirar.
Uma mente atribulada.
Que se percebe acuada.
Quer desvencilhar-se,
Fugir do burburinho disseminante
que a prende.
Tomar fôlego,
e respirar profundamente,
torna-se necessidade
para aplacar o nevoeiro.

Criações

Capacidade criativa.
Força a ser explorada
Em caminhos dificultosos,
passagens estreitas,
onde uma nesga de luz,
por lá entre.
Para que possamos vislumbrar
sua saída.
Só o que sabemos
Que mesmo pela sua estreiteza,
nossa curiosidade se intensifica
cada vez mais.
E procuramos dissecar os seus sentidos.
Explorar todos os seus recônditos.
Sentindo a criação vibrar
por todos os nossos sentidos.
Invadir-nos por inteiro
Até que criador e criação
Seja um só.

Seus olhares

Há certa melancolia
no seu olhar.
Ele se perde,
por entre devaneios e divagações,
inquietações e questionamentos.
Rememora lembranças,
já um tanto maltratadas
pela ação do tempo.
Fixa-se em situações pesarosas,
que fatigam a alma.
Ele não consegue
ainda distinguir,
o que lhe cabe
e o que lhe é devido.
E analisa a vida,
sob um aspecto ainda muito restrito.
Sente-se solitários,
como se tudo que conhecesse
fosse ele mesmos.
Procura destrinchar
vontades já tão revividas
e consumidas por ele.
Sem saber se o olhar lhe trará
o que lhe falta.
Seus olhares...
Isso é o que dizem a mim.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A morte de um rio

Antes vida pulsante
Agora só percebe-se podridão
Seu correr era suave.
Acalmava os corações que lhe visitavam.
agora estes mesmos
se entristecem,
e não desejam mais lhe contemplar.
Vivos verdes e vários coloridos
enfeitavam-lhe,
davam-lhe imponência
e atestavam sua grandeza..
agora só há vãs tentativas
de enaltecê-lo.
Suaves odores,
relaxavam,
trazendo conforto.
Agora nos sentimos,
como se todos os vasos sanitários do mundo
ali se reunissem.
Entulhos, carcaças, toda podridão
Tomaram o lugar,
de belos seres,
que por ali nadavam e voavam livres.
Será que vamos reavivá-lo,
somente em nossas parcas lembranças?

Morre-se a cada dia

Pode-se matar um sentimento
Ou até mesmo a idéia de um.
Morre-se a cada dia!
Um ideal,
Um sonho que não tem forças
O suficiente para viver e sobreviver
Morre-se a cada dia!
Mata-se ainda uma vontade
pela incapacidade de acalentá-la.
Morre-se a cada dia!
Tipo de morte esta,
que não necessariamente
precisemos experienciar,
porém nossa fraqueza
Dá forças a ela.

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