terça-feira, 30 de novembro de 2010

Revirando e procurando


Reviro-me!
Procurando saber onde estou.
Remexo-me!
Sacudindo a imaginação.
Procuro-me!
Revirando o ignorado.
Sacudo-me!
Remexendo o estagnado.
Reviro-me!
Procuro-me!
Remexo-me!
Sacudo-me!

Sorrisos


Despertado há pouco
de tempos pueris,
construiu-se lentamente.

Ativado por saudosas lembranças,
revelou-se encantado.

Permanecido em devaneios,
manifestou-se misterioso.

Captado estranhices,
percebeu-se incomformado.

Ao ser escarneado,
sentiu-se rejeitado.

Alimentado por palavras,
viu-se extasiado.

Analisado olhares,
encontrou-se admirado.

Tomado por elogios,
procurou-se esconder.

Embebido na satisfação,
fez-se extenuado.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Terra seca


Cada lágrima derramada
que escorre em sua face
é como um consolo.
Em seu rosto, vincos esculpiram-se,
ranhuras e formas desgastadas
pela ação do vento.
Sangram seus famigerados
e áridos olhares,
diante da energia causticante.
Suas mãos já fatigadas,
já mais não conseguem carregar
o fardo árduo das intempéries.
A boca emudece,
não verbaliza mais,
a vida que o pensamento cria.
Também já não se delicia
com o fresco gosto.
O olfato já não consegue,
distinguir e captar
os odores que tanto aprecia.
Seu coração, por vezes, se desespera.
E só o que lhe conforta,
é a certeza de momentos de abundância
que virão com a chegada de outros tempos.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Seu espelho


Seu espelho,
se confundiu no meu olhar.
Refletiu-se sua imagem,
e seus contornos ainda se encontravam
um tanto distorcidos
e esmaecidos.

Meu olhar se confundiu no seu espelho
parecia que captava
algo valoroso e palpável.
De concreto pouco tinha.

Confundiu-me no seu espelho!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mãos e lábios dançam juntos



As mãos dançam pelos cabelos
e pela face,
num compasso lento
numa melodia suave.
Jogam-se na pista de dança, solitárias
há espera de um parceiro
a que possam conduzir.
numa perfeita sintonia.
Elas o visualizam
Um nome aparece: são os lábios.
Pegam-se o observando a distancia.
Captando seus suaves passos.
Cadenciados, envolventes
e ainda solitários.
Ambos se admiram,
se percebem e se aproximam,
Ora um dá as coordenadas, ora outro.
Condutor e conduzido tornam-se um só.
Unidos numa só única vontade...
Dançarem juntos,
Todos os ritmos que conhecerem,
desde uma delicada valsa
até um apaixonante tango.
Perdem-se no tempo e no espaço,
Explorando todos os cantos
da pista tão contemplada.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ai, o relógio


O relógio parou... e voltou...
Antes parecia tão apressado.
Agora não só estagnado está,
mas parece que corre ao contrário.
Revisitando a memória,
para aplacar a dor
de corações aflitos,
dando-lhes alento.
Parece até que se condói,
com a dor desses.
Já tão necessitados,
de que as horas esperadas,
passem como se breves instantes fossem.
Sua comoção se torna tanta,
que ele lhes oferece mais um alivio...
Voltando ao seu correr normal
até o momento seguinte.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Amor de mãe


Capacidade sublime.
Amor que envolve a todos
se aproximando do amor divino.
Garra, força e constante dedicação.
Abnegação do próprio “eu”
para muitas vezes,
se preocupar com outros “eus”.
Coração e mente sempre ligada
aqueles que lhe são mais caros.
E por vezes, só isso lhe basta.
Ver o sorriso nos lábios.
E a satisfação das realizações
de quem você quer tanto bem.

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