terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sempre


Coração em paz.
Da lembrança que me traz.
 Em mim sempre ficará.

A sensação que carrego comigo.
Será sempre um abrigo.
E personificada ela sempre estará.

Aconchegada no olhar.
 Por vontade vou estar.
E infinito sempre permanecerá.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ai, que saudade...

Saudade da hora despreocupada.
Da prosa cantada.
 Do verso diálogo.

Saudade da menina admirada.
Da vontade incentivada.
De olhar encantado.

Saudade do vento melodia.
 Dos dedos tingidos de vinho alegria.
Da tarde ao pé da amoreira.

Saudade do cheiro molhado.
Da manhã que havia despertado.
 Do gosto melado da primeira refeição.

Saudade das caixas coloridas de felicidade.
 De rabiscar o que trouxesse a vontade.
Do papel e do lápis.

Saudades da imaginação pueril.
De aventuras mil.
Das páginas sem fim.
Ai, a saudade...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O olhar da palavra

Busco o olhar da palavra.
Desnudo e revestido.
Calmante e inquietante.
Esmaecido e fortalecido.
Corriqueiro e faceiro.
Oneroso e caloroso.
Universal e proximal.
Pensativo e incisivo.
Permanente e dissidente.

Busco o olhar da palavra.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sinto

Geanes Holanda


Sinto o tempo.
Enlamear o momento.
Violento, sedento.

Sinto a angústia.
Carregar a vontade doentia.
Sem prudência e com veemência.

Sinto a falta.
Corroer o que importa.
De forma torta e completa.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Um adeus

Fostes meu companheiro fiel.
Permitiu-me vivenciar,
e deleitar-me em belos cenários,
através de tuas janelas.

Tu foste também,
armadura e muralha.
Através de ti,
 a realidade era menos amedrontadora.

Por vezes,
quis me apartar de ti.
E num simples gesto,
era bem sucedida.

Fuga inútil.
Mesmo embaçando o olhar,
internamente,
tudo era límpido,
como um céu claro veranil.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Delicadeza permanente



Chuvas de pétalas
envolviam o corpo como uma fina veste
delicada e macia.

Conservadas elas foram,
E de uma delicadeza permaneceram.
Cada gota sua,
sentia-se lentamente.
Nem o mais forte vendaval a secou.

Acalento da alma
Aconchego do coração
Pétalas salutares.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tudo foi dito

Breves instantes
Toque aconchegante.
Felicidade constante
Tudo foi dito.

 Gesto singelo.
Caloroso e belo.
Tudo foi dito.

Bater apressado.
No momento eternizado.
Tudo foi dito.

As palavras perderam a força.
Nem espaço mais havia para elas.
Nada proferido.
Contudo,
Tudo foi dito.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A intensa suavidade do seu toque


Como uma suave brisa
de uma morna tarde primaveril.
Senti o suave toque de suas mãos,
a acariciar meu rosto e meus cabelos.

Lá não mais havia,
o tic-tac do relógio.
Perdia-se a noção
se era  amanhecer  ou anoitecer.

Não se fazia importante.
Só o que valia,
era sorver cada segundo desse momento.

Registrar na memória,
a intensidade do bater apressado,
que aqueles instantes revelavam.
Sentindo o coração bater mais apressado
do que as asas de um pequenino beija-flor.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O tudo e o nada


Tudo é diferente.
Passeando o olhar as coisas à volta.
Nada é permanente

Tudo é melancolia.
Vagueando a mente pelas mudanças.
Nada é alegria.
Tudo é ausente.
Tateando a mão a parede vazia.
Nada é presente.

Tudo é sintonia.
Inalando odores fétidos.
Nada é harmonia.

O tudo é nada da vida.
O nada é o tudo da vida.

quarta-feira, 9 de março de 2011

O aconchego da chuva

 


Deixei o sol  para trás.
Vi a chuva morna e lentamente,
cair à minha frente.

Ela me transportou.
Carregou-me,
com suas suaves gotas salgadas.

Envolveu-me na lembrança
de dias ensolarados,
Como se pudesse,
somente me apegar aquilo.

Percebendo,
Que nem uma réstia de sol,
iria trazer o conforto.
Aconcheguei-me,
ao que se apresentava aos meus olhos
e ali permaneci.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Dificuldade da mudança

Percepções distorcidas.
Realidade fugaz.
Tentando alcançar algo não compreendido.
A dificuldade da mudança.

Tudo parece nada
O perto parece longe.
Caminhando por um densa floresta.
A dificuldade da mudança.

O abstrato torna-se uma prisão
Não há ainda o palpável.
Buscando projetar imagens.
A dificuldade da mudança.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Simples ausência


Por uns momentos a distração,
Perda do foco e da necessidade.
Visualizei o branco e nada.
Simples ausência.

Analisando, buscando, inferindo.
Procurando resgatar.
Mas para o momento,
Simples ausência.

Mergulhando nos olhares,
Rememorando situações.
E ainda, só a simples ausência.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O segundo presente


Eu não sou meu passado.
Nem ao menos meu futuro.
Sou o presente.

Confuso,
Intrigante,
Recluso,
Dissonante,
Estremecido,
Revisado,
Enfraquecido,
Encorajado.

A construção de mim
Faz-se nesse segundo,
Que presencio e vivencio.
Opa! Já passou...

E retomo a viver.
O segundo presente.
O presente segundo.

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